Jogos de Cintura

Nos últimos meses temos observado ao cataclismo político liderado pelo (des)governo socialista. Uma rápida retrospetiva permite-nos concluir pelo balanço negativo do (des)governo liderado por António Costa.

No meio de tanta calamidade política, é possível encontrar um denominador comum, uma linha transversal que caracteriza o descalabro quer da decência, quer da transparência.

Esse denominador comum é Eduardo Cabrita, já publicamente apelidado, por alguns, como o calcanhar de Aquiles deste (des)governo.

Ao que é possível descortinar, o percurso político de Eduardo Cabrita colide com vários falhanços nas apostas políticas do Partido Socialista, ingressando num dos piores (des)governos a dirigir o país. Referimo-nos, obviamente, ao (des)governo liderado por José Sócrates.

Ao contrário do que tudo indicava, Eduardo Cabrita conseguiu surpreender – pela negativa.

É certo que, com o surgimento de pandemia SARS-COV2, todas as medidas de contingência na saúde pública padeciam de urgência. No entanto, o atual Ministro da Administração Interna, conseguiu a proeza em não concretizar um plano sólido que antevisse a circulação de pessoas e bens no aclamado período festivo de 2020.

As medidas adotadas revelaram-se insuficientes e demonstraram, sobretudo, a falta de eficácia na mensagem que o (des)governo pretendeu transmitir.

A breve resenha histórica poderia ficar por aqui, no entanto, Eduardo Cabrita conseguiu ir além.

Cerca de um ano após o início da pandemia, o véu que camuflava o atropelo dos Direitos Humanos em Odemira, foi levantado. Incredulamente, ou não, o Ministro da Administração Interna desconhecia um problema que, ao que parecia, toda a região conhecia e, inclusive, já tinha denunciado – o tráfico de Seres Humanos.

A aquiescer à situação, Eduardo Cabrita consegue elevar o problema a outro nível, sendo o responsável pela transferência daquelas pessoas para um empreendimento turístico, escorraçando os proprietários de suas casas durante a madrugada, recorrendo a uma mobilização policial característico de outras paragens, em total desrespeito pela vida e a dignidade humana de quem se encontra numa posição de fragilidade.

A atuação do Ministro da Administração Interna foi digna de louvor cinematográfico ao nível de Hollywood.

Como se não bastasse, num curto espaço de tempo, Eduardo Cabrita viu-se envolvido num outro enredo quando assegurou publicamente o plano coordenado de contingência entre as várias entidades policiais, de forma a dissuadir os festejos do novo campeão nacional de futebol.

Como é consabido, o tão almejado plano, anunciado dias antes das celebrações, revelou-se uma verdadeira catástrofe. Porém, Eduardo Cabrita nunca assumiu a responsabilidade política perante o sucedido.

No epicentro de tanto desastre, António Costa reiterou a confiança política no Ministro da Administração Interna e, num claro jogo de cintura, endossa, uma vez mais, as responsabilidades para quem não as tem – os Portugueses.