Jovens na Política

Atualmente, um dos muitos tópicos que apareceram no discurso político é a participação e o interesse dos jovens relativamente à política – desejava que este tópico fosse assunto de debate devido à forma como os jovens estão cada vez mais presentes na política – contudo este tópico é cada vez mais falado, pois os jovens cada vez menos fascinam-se pela política e são conformistas, na medida em que não sentem a necessidade de mudar o país – e preferencialmente melhorar-lo.

Sendo eu um jovem interessado por política este tópico acaba por ser um assunto que de certa forma acaba por tocar-me de uma forma diferente, pois realmente o interesse político é uma característica que raramente observo entre os meus colegas, nem é visto como um interesse ‘cool’ – contrariamente ao interesse por futebol, por exemplo. Se olharmos bem até é perceptível o motivo para este desinteresse, cara vez mais os políticos acabam por parecer distantes com a linguagem utilizada – inclusive a forma como eu apliquei o “(…) ‘cool’ (…)” tentando dar um ar inovador e jovem acaba por contribuir para isso – contribui na medida em que os políticos acabam por tentar incluir expressões como esta no seu vocabulário para parecerem mais próximos dos jovens e, ironicamente, acabam por parecer mais distantes.

Não se enganem ao pensar que os jovens apenas não se envolvem na vida pública porque vêem os políticos quase como se eles estivessem numa dimensão diferente, parte da culpa também se deve à falta de educação política. Temos que reconhecer que a maioria dos jovens não sabe como funciona ao certo o Governo Português ou que existem estruturas próximas deles onde eles podem participar como o Conselho Municipal da Juventude – para não mencionar as enumeras juventudes partidárias onde podem-se filiar e participar ativamente – deste modo não passa só pela adaptação dos políticos, mas sim pela melhoria da educação política praticamente inexistente em Portugal.

Neste processo de atração dos jovens pela política as juventudes partidárias acabam por ter o papel fundamental – também acabam por ter uma vantagem única que é a de serem dirigidas por jovens para jovens – pois elas é que apresentam muitos jovens à vida política e ao serviço público, sabendo isto creio que os partidos deviam investir mais e dar mais visibilidade às suas juventudes – como muitos partidos têm feito – para que mais eventos como o “JSD On Boarding” sejam organizados.

Um dos fatores que influência muito a participação dos jovens na política a meu ver é que muitas vezes eles são desvalorizados – na maioria dos casos isto deve-se a, devido à tenra idade, os jovens possuírem pouca experiência, contudo eles têm que começar por algum lado – mas também é preciso compreender que devemos dar voz aos jovens porque daqui a 30 anos quem nos irá vai governar é a geração que vê os políticos como extraterrestres de outra dimensão atualmente. Também não digo que devemos eleger um recém-formado sem experiência como Presidente da República, contudo creio que os jovens devem ter mais voz nos órgãos locais onde acabam por aprender e ganhar experiência que posteriormente será aplicada no seu futuro como governantes de Portugal.

Concluindo com isto quero dizer que devemos pensar que o futuro do nosso país são os jovens, logo devemos cultivar o conhecimento neles e despertar a necessidade de melhorar o nosso país, pois se nada fizermos para reverter o problema provocado pelo desinteresse juvenil na política mais cedo ou mais tarde vamos colher o que semeamos.