O caso Marquês é mais do que um processo crime. O dinheiro e o Poder de mãos dadas.

Caíram 25 dos 31 crimes que eram imputados a José Sócrates.

Portugal, bem pode “parar” e fazer um exame de consciência.  A imagem da nossa justiça não vai recuperar num período breve. Vindo de quem vem, já não me surpreende. Porque será?

Muitos, os que viam no modo como o juiz Ivo Rosa interpreta a lei, uma tábua de salvação para José Sócrates e a decisão instrutória da Operação Marquês confirmou que essas suspeitas tinham fundamento.

A fraqueza dos “Pobres de Espirito” é que normalmente eles se elevam e enaltecem com a incoerência e a precipitação das decisões pronunciadas pelo Juiz Ivo Rosa, contribuindo com isso para um recuo no combate à corrupção no nosso País.

Com esta atitude de euforia e fanatismo pelo simples facto do José Sócrates não ter sido pronunciado por nenhum crime de “corrupção”, leva que a Vaidade em algumas pessoas entre em cena para tentar tornar-se no caminho mais rápido para felicidade de uma satisfação interior e, não de uma análise justa para um País que se quer verdadeiro e honesto.

No entanto a Riqueza torna-se num terreno aparentemente fértil, onde a estupidez e o ridículo melhor se desenvolvem.

Porém, nas esplanadas de Portugal, todos os portugueses têm a convicção de que o antigo primeiro-ministro é culpado de tudo e que os Juízes têm razão em tudo. Isto faz me lembrar as “novelas” que a CMTV costuma organizar…é já uma novela do Quarto Mundo seguida por intelectuais ressentidos e analfabetos funcionais que acreditam que no fim os maus vão para a prisão e que a rapariga encontra o amor. É a novela da superior às da atualidade que as generalistas transmitem… e do “herói” injustiçado e salvador, não pela justiça dos homens, mas sim pela justiça Divina.

Os nossos princípios morais já tiveram melhores dias, mas ainda marcam a prática política e o exercício da justiça. Alguns políticos ainda se julgam “aristocratas”, com direito a um outro nível de Regras, feitas pelos próprios e em nome do seu próprio interesse, seja ele politico, económico ou social. Já alguns juízes ainda se julgam os “padrinhos” da verdade, logo têm direito a um estatuto particular próprio, uma realidade à parte da sociedade. Políticos e juízes não observam estas práticas e de interesses como um privilégio ou como uma exceção, mas sim como a lógica natural.

Os Juízes procuram a verdade…uma verdade na ligação de uma politica pós-verdade. E depois ainda há quem pense que a pós-verdade anuncia o primeiro momento de uma realidade pré-fascista. Serei eu, a ver só isso? Sei no entanto que as mudanças políticas em tantos anos de Democracia que eu conheço não são assim tantas para modificar uma politica cultural de forma drástica e plena.

Por fim, a teoria de que esta Operação não é apenas a acusação de corrupção feita a um ex primeiro-ministro, mas o Processo do nosso País ao qual me sinto estupefacto e revoltado com todo o mediatismo económico existente. Nesta perspetiva, será sempre um juízo político sobre o efeito da Democracia nas práticas corporativas, corruptas, de uma pequena Aristocracia que tem deixado o País vazio de recursos e, de caminho, que tem negado a Portugal o futuro que os jovens merecem. A Operação Marquês manifesta-se assim como o mistério para a decadência de Portugal, passando por uma posição de um atestado jurídico sobre a incompetência política de uma geração inteira os nossos políticos.

E SE FOSSE CONTIGO?