Regresso do Ensino Secundário às Aulas Presenciais

Na semana transata iniciamos a terceira fase de desconfinamento com o regresso do ensino secundário às aulas presenciais momento que marca também o abandono, por parte do executivo, aos alunos do ensino básico e secundário deste país.

O mote foi dado pelo Primeiro-Ministro a 9 de Abril de 2020 “Estou em condições de assumir o compromisso de que no início do próximo ano letivo, aconteça o que acontecer, teremos assegurado a universalidade do acesso em plataforma digital, rede e equipamento, para todos os alunos do básico e do secundário”. Contudo, após mais um ano atípico, as constantes interrupções do ensino presencial têm causado danos irreparáveis a quem, precisamente, deveria estar a usufruir do mesmo na sua plenitude. O Estado, mais uma vez, nada fez para auxiliar todos aqueles que dependem deste serviço tendo assim agravado em larga escala a degradação do ensino.

Sem as condições que lhe foram prometidas, alunos e professores enfrentaram um verdadeiro cabo das tormentas sem que nunca o executivo prestasse aquilo que lhe é naturalmente exigido. Ao longo dos meses, alunos e professores usaram os próprios meios para fazer face às dificuldades do ensino à distância.

Ora, 1 ano depois da promessa de António Costa ficam a faltar 305 mil computadores para serem entregues (dos 435 mil inicialmente previstos), ou seja, até agora foram entregues uma quantidade irrisória de computadores para fazerem frente as necessidades de toda a comunidade estudantil.

Para além destas adversidades, os alunos ficaram a saber no mês passado que as regras de acesso às universidades e politécnicos vão seguir os mesmos moldes que vigoraram no ano passado, isto é, os alunos terão que realizar apenas as provas específicas para acesso ao ensino superior. Assim o Governo voltou a vedar a possibilidade da realização dos exames de melhoria da classificação interna das disciplinas do Ensino Secundário. Contudo, por iniciativa da Juventude Social Democrata, foi aprovado na generalidade o Projeto de Lei que permite aos estudantes do Ensino Secundário realizem exames de melhoria de classificação interna, apenas com o voto contra do Partido Socialista.

É de reprovar toda a atuação do Governo no que concerne ao planeamento e organização do atual ano letivo. Agora, mais do que nunca, temos de estar ao lado de todos os estudantes que tudo fizeram ao longo do último ano para combater as dificuldades de acesso a um ensino de qualidade e digno.

Que geração seria esta se dependesse apenas do que o governo faz por ela?