Enquanto jovem, portuense, liberal, preocupado com o futuro da minha cidade e estando próximos de umas eleições autárquicas, lanço a reflexão: temos mesmo o Porto que queremos?
Como ponto de partida, existem pontos positivos, negativos e claras diferenças ideológicas. No entanto, quem lidera atualmente a Câmara Municipal Porto tem falhado em 3 eixos particularmente importantes para a gestão de uma cidade: habitação, mobilidade e segurança na cidade. Ora, vejamos.
Os números dos CENSOS de 2021 mostram que o Porto perde 5629 residentes em 10 anos (-2.4%). Ocorre também um envelhecimento preocupante e acelerado da sua malha humana. Números do PORDATA, entre 2013 e 2019, mostram o decréscimo do nº de estudantes no Ensino Pré-escolar (-11.6%), Básico (-8%) e Secundário (-16.1%). Estes dados transparecem a incapacidade do atual executivo de reter jovens e casais que procuram formar família no Porto.
No que toca à mobilidade, segundo a TomTom, o Porto é a cidade com mais trânsito na Península Ibérica. A incapacidade de resolução dos problemas da VCI, a criação e proliferação de pinos em quase todas as ruas da cidade e erros amadores na Av. Brasil e na zona de Monsanto, Carvalhido e Constituição, mostram que não houve competência nos últimos 8 anos para libertar o Porto deste flagelo.
O bem-estar dos Portuenses passa, também e inevitavelmente, pela sensação de segurança que sentem quando utilizam os espaços da Cidade. Com o “desvio” de agentes da PSP para a Polícia Municipal (mais multas de trânsito, menos foco nas pessoas), o Porto tem apresentado uma evolução dos índices de segurança pior do que o que se verifica a nível de cidades vizinhas e até a nível nacional.
Por fim, a ‘mui Invicta e sempre Leal cidade do Porto’ apresenta uma identidade que procura a mudança e o progresso constante com olhos no futuro. Esta é a hora de mudar para que o Porto possa concretizar todos os anseios e desejos dos portuenses. Recuperar e reter os jovens, definir políticas de mobilidade, ir de encontro às preocupações sociais e ambientais e afirmar, finalmente, o Porto.
Em suma, o Porto não termina num ponto. Há muito Porto por sonhar, planear, construir e executar, mas, para isso, é preciso ver o Porto com outros olhos.